-
Arquitetos: AESEU Architectural Technology and Art studio
- Área: 500 m²
- Ano: 2021
-
Fotografias:Timeraw Studio
Centro de Atividades da Comunidade
Sala de tênis de mesa, sala de xadrez, sala de teatro, sala das crianças... Essas são algumas salas frequentemente visitadas nos centros de atividades comunitárias. Eles são instalações de serviço público estabelecidas nas comunidades para enriquecer e melhorar a vida cultural e recreativa dos moradores. Essa abordagem de centralizar as atividades comunitárias em um único espaço geralmente está baseada nos bens coletivos da cidade, podendo ser um complexo de edificações ou um prédio de escritórios. Embora possam não ser atraentes em aparência, essas edificações muitas vezes são utilizadas para alocar os usos de acordo com os requisitos ambientais externos e as necessidades coletivas da comunidade, tornando-as bastante práticas.
Pátio fechado
Do lado sul da estrada que leva para a saída da comunidade, há um pátio discreto. Este é o pátio original das atividades do vilarejo, composto por duas fileiras de bangalôs, com a fileira posterior dividida em três compartimentos. Sua estrutura de tijolo e madeira é caracterizada por um "telhado de duas águas".
O conjunto chamado "Atividades dos Moradores" esteve ocioso por muito tempo. As razões para isso são, em primeiro lugar, sua localização a uma certa distância do canal de água, que é o ponto de encontro ao qual todos estão acostumados; em segundo lugar, entre os atuais residentes permanentes nas áreas rurais, os idosos são a maioria. Suas atividades recreativas são principalmente danças em grupo e jogos de xadrez e cartas, que costumam ser realizadas nas suas próprias casas. Portanto, muitas salas têm uma baixa taxa de uso na prática e, se não houver características atraentes suficientes, essas atividades continuarão a acontecer na casa dos moradores; em terceiro lugar, o fechamento espacial do conjunto original enfatiza a gestão em vez do serviço, e não é amigável para os moradores. Portanto, o projeto precisa abordar a questão de como revitalizar espaços esquecidos e tornar os bens coletivos da comunidade mais valiosos.
O pátio aberto sob os beirais
O projeto é baseado na forma espacial das galerias, por isso, seus beirais são ampliados e elevados para cobrir a maior parte do espaço do pátio. Essa forma espacial é como a sobreposição de vários beirais, e também como diferentes salas sob um grande telhado, proporcionando uma sensação familiar de estar em casa.
Considerando que as casas vizinhas são estruturalmente sensíveis, as paredes externas originais da edificação foram preservadas como paredes corta-fogo durante a reforma para alcançar a separação necessária do entorno. O novo volume foi mantido em um único andar e recuado para dentro evitando afetar as fundações das casas vizinhas durante a construção. Ao mesmo tempo, o uso de estruturas de aço de pequeno porte para formar um telhado facetado e contínuo permite que o pátio original esteja abrigado sob o telhado, enquanto a escala da cobertura é coordenada com as casas vizinhas. Este espaço semiexterior é onde os moradores se reúnem para conversar, fazer artesanato, jogar cartas, ouvir a chuva, sentir o vento e ver as pessoas. As experiências ordinárias da rua são vividas aqui.
Dentro das salas, a estrutura de aço proporciona ao volume uma grande flexibilidade. As paredes originais que separavam os espaços foram substituídas por divisórias dobráveis para criar espaços mais versáteis e flexíveis. Eles podem ser usados como um escritório, para receber pequenos grupos, ou como um espaço de exposição em grande escala, oferecendo uma maior adaptabilidade.
Para atender às necessidades de iluminação, ventilação e drenagem, vários pequenos pátios laterais foram reservados no local. O telhado é composto por um volume sólido acima das salas e um volume de vidro acima do pátio. A grade de alumínio abaixo do telhado de vidro cria uma iluminação confortável para o pátio. A composição volumétrica dialoga com as várias paredes de exposição de tijolos claros, enriquecendo a hierarquia espacial da rua ao pátio, criando um pequeno salão de exposições semiexterior. Na aldeia havia um famoso calígrafo e pintor chamado Zhao, por isso, utilizou-se a parede de exposição para exibir suas obras de caligrafia e pintura, atraindo muitos jovens da comunidade para a visitação.
Templo
Não importa se o templo é simples e rudimentar, o que importa é que ele é abençoado por Bodhisattva. O Templo do Bodhisattva carrega um sustento espiritual para os moradores. Para respeitar o Feng Shui, reconstruímos um templo de concreto no local original. Diferente do espaço aberto sob os beirais onde os moradores se reúnem, a superfície de madeira introvertida e texturizada do Templo do Bodhisattva sugere as características únicas desta edificação espiritual.
A entrada sul do Templo do Bodhisattva é equipada apenas com uma porta, que se assemelha a um nicho, mas usa janelas de alto perfil para trazer um ambiente com luz em constante mudança. A parede atrás do santuário é feita de tijolos de vidro, permitindo que a comunidade esteja presente no interior, fundindo o mundano e o espiritual nesta caixa de concreto. A estátua da divindade foi trazida durante o Festival da Primavera após a conclusão do novo templo. Quando os jovens que voltam para casa carregam a estátua do Bodhisattva, tocam gongos e tambores, soltam fogos de artifício, caminham pelas ruas da aldeia e entram no templo.
Construção local
Quando se fala em arquitetura vernacular, a primeira coisa que vem à mente é usar mão de obra e materiais locais. No entanto, nas áreas rurais de Jiangsu, onde a taxa de urbanização atingiu 75% e o mercado de materiais de construção está em alta, muitas técnicas artesanais foram substituídas por tecnologias industriais mais eficientes. Portanto, a premissa de respeitar o estilo local e adotar tecnologias apropriadas para construir de forma segura, eficiente e conveniente são questões importantes para os arquitetos. Isso promoverá o desenvolvimento da arquitetura vernacular para um sistema mais aberto e diversificado.
Neste projeto, devido à proximidade da edificação com as casas vizinhas, a fim de evitar interferências na fundação e na estrutura das casas e atender aos requisitos de resistência ao fogo, um sistema estrutural de aço foi adotado. A estrutura de aço utiliza componentes uniformes para facilitar o transporte e a elevação no local. Este método de construção pré-fabricada é benéfico para as pequenas áreas rurais, criando ao mesmo tempo um grande volume que não seria possível com as estruturas de madeira tradicionais, aumentando efetivamente o valor do centro comunitário.
Conclusão
Muitas vezes ouvimos os construtores reclamando da falta de terreno para construção na aldeia, como se apenas construir um grande volume em um novo terreno pudesse excitar as pessoas. Por outro lado, ainda há muitos bens coletivos vagos e abandonados na comunidade. Fazer bom uso desses espaços, ativar seu valor, integrá-los plenamente na vida dos moradores e obter espaços mais duráveis e adaptáveis por meio de estruturas e materiais adequados para melhor servir os moradores é a atitude que as edificações públicas rurais devem assumir.